Atualizado: 28 de out. de 2021
Deputado revelou que disparo do AlertaPri deve começar em novembro
O problema das crianças desaparecidas foi o tema da entrevista do deputado Alexandre Knoploch à Rádio Bandeirantes, no último sábado (23/10). O programa “Por dentro da sustentabilidade” convidou especialmente Knoploch para falar das políticas públicas relacionadas ao assunto.
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Presidente da CPI das Crianças Desaparecidas, Knoploch revelou ao programa dados e informações sobre os sumiços de crianças e adolescentes.
– Confesso que, quando começamos a CPI, achei que fôssemos nos deparar mais com questões relacionadas ao crime. Vimos, porém, que o problema é totalmente social. Políticas públicas não existem – revelou Knoploch, lembrando que a maioria das famílias pertence às classes D e E.
A falta de um banco de dados único sobre os desaparecimentos é outra questão problemática, lembra o deputado do PSL.
– Os dados são confusos, pois cada órgão mantém seu próprio banco de dados. A Policia Civil tem seu próprio banco de dados, assim como a FIA, as Secretarias que cuidam disso e o SOS Crianças.
No entanto, pode-se contar com um número certo e, infelizmente, assustador. Cerca de 50 crianças somem por mês no estado do Rio, afirmou Knoploch à apresentadora Margareth Aragão. O presidente da CPI dos Desaparecidos ressaltou que deve ser dada prioridade aos desaparecimentos na faixa até 10 de idade. Entre 10 e 16 anos acontecem muitas vezes fugas do lar por agressões, crises familiares, namorados e abusos sexuais.
Baixada Fluminense concentra maior parte dos casos de crianças desaparecidas
Alexandre Knoploch também chamou atenção para o alto número de ocorrências de crianças desparecidas na Baixada Fluminense.
– O caso dos três meninos de Belford Roxo chama atenção para os outros casos no estado. Na Baixada, as crianças ficam muito mais soltas. Saem de manhã e só voltam para casa à noite. Permanecem na rua, jogam futebol e acabam conhecendo pessoas que não deveriam conhecer… São menos tuteladas em geral. Boa parte das famílias não têm acesso à informação, cultura, educação. Por isso, a forma de educar os filhos é também muito precária. É fundamental a prevenção por parte do Estado – comentou Alexandre Knoploch.
O deputado ainda lamentou a incapacidade dos Conselhos Tutelares de enfrentarem o problema.
– Os Conselhos Tutelares estão totalmente desmantelados, sem estrutura para perceber que uma criança está numa situação de fragilidade. Em São Gonçalo, por exemplo, existem quatro Conselhos Tutelares para uma população de um milhão de habitantes, com dois psicólogos.
Entre as políticas públicas já aprovadas, está a lei do AlertaPri, criada pelo próprio deputado Alexandre Knoploch. A lei prevê que, quando for registrada uma ocorrência, o delegado da DDPA envia os dados para uma central das operadoras. Todos os usuários recebem no celular foto e dados da criança desaparecida.
Batizada em homenagem à Priscila Belfort, a lei sofreu muita resistência por parte das operadoras de telefonia no Brasil. As empresas alegaram a existência de um custo com o qual elas não queriam arcar.
– Mas o Alerta Amber funciona em mais de 130 países e em muitos deles são as mesmas operadoras. Na CPI, dissemos que se não cumprissem as empresas seriam indiciadas – comentou Alexandre Knoploch.
Finalmente, as operadoras concordaram em cumprir a lei. O disparo deve começar em novembro, quando deve ser iniciado o recebimento de mensagens, prevê Knoploch.
– O usuário terá a opção de não receber as mensagens, mas pedimos que as pessoas não recusem. No máximo, a pessoa receberá duas mensagens por dia – informa o deputado estadual Alexandre Knoploch, para cujo mandato a questão das crianças desaparecidas é prioridade.
Ouça a entrevista completa do deputado Alexandre Knoploch à Rádio Bandeirantes
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